Resenha | No caminho dos sonhos


Informações:


Autor: Moacyr Scliar
Editora: Atica Editora
Páginas: 128


Sinopse:


Justiça e liberdade são duas palavras muito bonitas. Mas todo mundo sabe (ou deveria saber) o quanto é difícil ser realmente justo e livre. Para o jovem Marcelo, seu pai e seu avô estavam longe desses ideais. E não é que ele estava enganado? Tanto o pai quanto o avô tiveram de lutar por justiça e liberdade. O avô teve de fugir da Europa. O pai, lutar contra um regime opressivo. Mas isso, Marcelo só vai saber quando uma pessoa de fora da família contar essa história. Essa, não: essas histórias. Porque o garoto vai conhecer duas narrativas sobre a busca por dignidade e respeito. E sua visão sobre o passado vai mudar radicalmente.


Resenha:


Bom, o livro começa falando de Marcelo: um garoto que havia abandonado os estudos e ido morar sozinho numa praia quase deserta no Rio de Janeiro porque não gostaria de levar a vida "certinha e quadrada" do seu pai e avô. A mãe de Marcelo, aflita com a situação, pediu a Marcos, padrinho de Marcelo, para escrever uma carta aconselhando o afilhado. Marcos decidiu não dar conselhos e nem sermões, mas sim, contar a história da vida de Wolf e Paulo Dreizinger, que, como Marcelo viria a saber, não teve nada de "certinha ou quadrada". Uma crítica a esse livro é que as duas histórias não são contadas de maneira contínua, em certo ponto a história de Wolf é interrompida e é onde começa a de Paulo, o que, na minha opinião, deixou o livro meio confuso. Por esse fato, contarei a história completa de cada um separadamente, sendo que no livro elas estão entrelaçadas. O avô de Marcelo se chamava Wolf Dreizinger. Seu pai tinha uma leve paixão por  coisas secretas como a cabala, alquimia e magia negra, enquanto a sua mãe era uma cantora de ópera sem muito sucesso. No inicio Wolf queria ser ator, chegando inclusive a desempenhar alguns papeis de teatro na escola, porém a química o fascinou. Começou, após cursos feitos de maneira custosa, a trabalhar numa espécie de fábrica de explosivos localizada na Alemanha. Porém, Wolf passou a ser seguido pela polícia secreta, pois com o auxilio do dono da fábrica, começou a desenvolver explosivos por conta própria. Depois da noticia de que seus pais haviam morrido num campo de prisioneiros (eles eram judeus), Wolf decidiu deixar a Alemanha e, se fosse possível, a Europa, porém não tinha ideia de pra onde ir. Por sugestão de uma faxineira decidiu ir ao Brasil, indo para Portugal para tentar conseguir o visto, porém não o obteve. Lendo o jornal, viu a noticia de um empresário do ramo teatral chamado Antônio Cabral que pretendia navegar numa caravela em direção ao Brasil, recriando o descobrimento, e estava recrutando atores. Wolf tratou de conseguir o emprego de ator e em poucos dias já estaria a caminho do Brasil. Ao retornar para o hotel onde estava hospedado em Portugal, descobriu que os alemães ainda o seguia, por sorte era o dia do embarque na caravela e com a ajuda do gerente do hotel Wolf conseguiu sair despercebido. Chegando ao porto ele subiu na caravela e de lá avistou o homem que o seguia. Quando ele estava aparentemente querendo subir na caravela as amarras foram soltas e o navio foi em direção a alto mar. No navio, Wolf consegue a amizade de alguns tripulantes, dentre eles, um idealista que faria na peça o papel de Tiradentes, e um negrinho que não possuía uma das pernas, sendo assim chamado de Saci, que constantemente o chamava para contar lendas brasileiras. Um dia um submarino aproxima-se da caravela, e Wolf identificou logo que pertencia aos alemães. Cabral ameaçou entregá-lo aos nazistas, mas houve uma revolução e Tiradentes não permitiu que isso ocorresse e tomou posse da caravela, negociando a suposta entrega de Wolf no Rio de Janeiro. Chegando lá, o submarino apareceu e o porta voz avisou que o comandante queria Wolf imediatamente.  Tiradentes bradou que ninguém seria entregue e resolveram atacar o submarino com canhões que estavam no navio, porém com apenas um tiro do submarino, a caravela naufragou. Wolf não sabia nadar, então agarrou-se a uma tábua e com a ajuda da correnteza foi levado a costa. No Rio de Janeiro encontrou um amigo do seu pai, que também estava refugiado e com sua ajuda conseguiu documentos e algum dinheiro, onde mais pra frente, conseguiu montar uma fábrica de fogos de artifício. Já Paulo Dreizinger, pai de Marcelo, era um garoto que foi criado isoladamente do resto das pessoas e do mundo externo. Sua relação com seu pai era muito próxima, tanto que na adolescência ele preferia não sair para não deixar o pai sozinho em casa. Ele era amigo próximo de Marcos (padrinho de Marcelo, o que mandou a carta) e juntos eles adentraram num grupo chamado Tiradentes, liderado por um garoto autoritário e idealista chamado Raul, que tinha como suposto objetivo lutar pela independência do país e transformar a sociedade. A primeira ação, idealizada por Raul, que era o único que falava já que intimidava aos outros integrantes do grupo, foi o furto de livros em livrarias, ideia que perturbou Paulo. Porém ele não desistiu, pois sentia que essa era a sua chance de se libertar da vida minunciosamente controlada pelos temores do seu pai. A ideia dos livros não deu muito certo e pouco tempo depois, uma casa foi invadida por sem tetos nas proximidades da casa de Paulo, e o proprietário dessa casa exigia a retirada dessas pessoas. O grupo Tiradentes pensou que essa seria uma oportunidade perfeita, porém, com uma entrevista, Paulo pôs tudo a perder e a policia cercou a casa. No fim, o pai de Paulo acabou comprando a casa e pediu a policia para se retirar. Quem não ficou nada satisfeito foi Raul, mas Paulo não se importou com a opinião dada por ele. No local da casa, foi construída uma associação de moradores. Eu achei esse livro bastante legal, por trazer um pouco da história do Brasil no seu contexto. Apesar da maneira na qual foi subdividido eu indicaria.

Comentários

  1. Faz tempo que não leio nada sem ser livros de direito! Estou quase pirando. Mas adorei a resenha. Ótima dica.
    bjuxx
    www.taayvargas.com

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    Respostas
    1. Oii! Obrigada pela visita, pelo comentário e pelo elogio. Volte sempre ♥

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