Texto | Ele vai mudar, eu sei...


Olá pessoal. Tudo bem com vocês? 

Vou começar o post de hoje com uma pergunta: Para você, o que é um relacionamento abusivo? Vamos continuar...

"Pandinha" é uma garota feliz. Gosta de sair com os amigos, conversar, viajar. Em uma dessas saídas com os amigos ela conheceu um rapaz, eles se deram super bem, conversaram muitas vezes e começaram a namorar. O rapaz era um verdadeiro cavalheiro com a "Pandinha", eles saíam, assistiam filmes juntos e assim ficaram até que ele começou a agir de uma forma estranha. Proibia a "Pandinha" de falar com seus amigos, de sair, de vestir o que ela queria, de fazer as coisas que ela mais gostava. Ela se sentia triste e reprimida por ele, mas como o amava não queria terminar. Até que um dia ela decidiu que não dava mais e o rapaz ameaçou se matar, ameaçou tornar a vida dela um inferno, ameaçou, ameaçou, ameaçou... E então eles brigaram e ele prometeu que ia mudar, e como ela o ama ela aceita voltar, só que a cada dia as coisas se tornam ainda piores, e ela teme que talvez nunca consiga sair desse relacionamento...

Quantas "Pandinhas" como a dessa história fictícia acima não existem por aí? Cujos namorados proíbem de fazer as coisas que elas mais gostam e as deixam feliz? Que proíbem e reprimem? Isso quando não chegam ao extremo de bater e machucar fisicamente.

Perguntadas, uma em cada cinco mulheres brasileiras declara já ter sofrido algum tipo de violência; dessas, 26% ainda convivem com o agressor. (fonte)

Você sabia que existe um ciclo dentro de relações consideradas abusivas? Confira na imagem abaixo:


Começamos com a intensificação da tensão, que é quando começam as ameaças e ordens deixando a vítima com medo do controle excessivo. Aqui também começa o isolamento da vítima.

Logo após temos a fase da explosão: onde a violência ocorre de fato.

Após a fase da explosão, temos a fase de reconciliação: o agressor demonstra culpa e remorso, promete que vai mudar, que nunca mais vai voltar a agir da mesma forma.

A última fase antes do ciclo recomeçar é a de lua de mel: como o nome já sugere, é quando o agressor envolve a vítima com carinho, atenção, desculpando-se por tudo e mais uma vez prometendo mudar. E então começa tudo outra vez!

Mas você acha que só é considerado violência quando a mulher é violentada fisicamente? Não, meu leitor, minha leitora. A violência vai muito além de apanhar, veja:

Violência física (a mais conhecida): É aquela entendida como qualquer conduta que ofenda integridade ou saúde corporal da mulher. É praticada com uso de força física do agressor, que machuca a vítima de várias maneiras ou ainda com o uso de armas, exemplos: Bater, chutar, queimar. cortar e mutilar.

Violência psicológica (sim, isso também é violência!): Qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima da mulher, nesse tipo de violência é muito comum a mulher ser proibida de trabalhar, estudar, sair de casa, ou viajar, falar com amigos ou parentes.

Violência sexual: A violência sexual está baseada fundamentalmente na desigualdade entre homens e mulheres. Logo, é característica como qualquer conduta que constranja a mulher a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, acontece quando a mulher é obrigada a se prostituir, a fazer aborto, a usar anticoncepcionais contra a sua vontade ou quando a mesma sofre assédio sexual, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade.

Violência patrimonial: importa em qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de objetos pertencentes à mulher, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas suas necessidades.

Violência moral: Entende-se por violência moral qualquer conduta que importe em calúnia, ocorre quando o agressor afirma falsamente que aquela praticou crime que ela não cometeu, difamação, ocorre quando o agressor atribui à mulher fatos que maculem a sua reputação, ou injúria, ocorre quando o agressor ofende a dignidade da mulher. (Exemplos: Dar opinião contra a reputação moral, críticas mentirosas e xingamentos). Obs. Esse tipo de violência pode ocorrer também pela internet. 

(Texto disponível aqui)

Sabemos o quanto é difícil para a mulher agredida denunciar o agressor, mas é isso é extremamente necessário. Atualmente existem vários meios de efetuar essa denúncia:

A denúncia de violência doméstica pode ser feita em qualquer delegacia, com o registro de um boletim de ocorrência, ou pela Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), serviço da Secretaria de Políticas para as Mulheres. A denúncia é anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país.


Dos 4.762 assassinatos de mulheres registrados em 2013 no Brasil, 50,3% foram cometidos por familiares, sendo que em 33,2% destes casos, o crime foi praticado pelo parceiro ou ex. (fonte)



Esses relacionamentos abusivos devem ser tratados com a seriedade que merecem, para assim evitar que mais de nossas mulheres apanhem/morram todos os dias. E se você está em um deles, denuncie! Saia o quanto antes! Peça ajuda a alguém, seja a polícia, a uma amiga, seus familiares. 

Não se submeta ao sofrimento "por amor". Amor não te machuca, não te deixa triste, não te deixa submissa às vontades de outra pessoa. O amor te deixa livre, te cuida, te respeita, te deixa voar e conquistar, realizar. Quem te ama não te proíbe de ser quem você é e muito menos te oprime por isso. Quem te ama admira cada uma das suas qualidades, o seu jeito, exatamente como você é.

E olha menina, é isso que você merece!

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